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sexta-feira, 1 de junho de 2012

BRASIL

Dólar forte e juros mais baixos garantem 2º semestre melhor, diz Mantega

Gustavo Porto e Francisco Carlos de Assis, da Agência Estado
SÃO PAULO - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou em entrevista em São Paulo, que o cenário a partir do segundo trimestre começará a ser positivo e que iremos sentir os efeitos da baixa nas taxas de juros, bem como o impacto do câmbio favorável. "O segundo trimestre terá certamente crescimento maior que o primeiro trimestre", disse.

Os comentários do ministro foram feitos logo após a divulgação do Produto Interno Brasileiro (PIB), que registrou aumento de 0,2% no primeiro trimestre de 2012 em relação ao quarto trimestre de 2011, segundo o IBGE.
Também de acordo com o ministro, o cenário para o segundo semestre será ainda mais favorável por causa das novas medidas adotadas pelo governo e pelo aumento do crédito, principalmente por parte de instituições privadas.
"No segundo semestre, poderemos atingir crescimento de 4% a 4,5%", afirmou Mantega.
O ministro afirmou que o governo seguirá perseguindo a meta de superávit primário de 3,1% ao fim do ano e que, para isso, é necessário continuar com as medidas monetárias. Mantega citou ainda que os investimentos do governo central seguem aumentando, com alta de 28,19% no primeiro quadrimestre do ano ante igual período de 2011.
Agricultura
Guido Mantega destacou a queda da agricultura dentro do relatório do PIB como um fator que impediu um resultado maior no primeiro trimestre. Ele atribuiu o desempenho do segmento à menor produção de arroz e disse que essa queda se deu por problemas sazonais. "A agricultura brasileira é a melhor do mundo, mas passa por problemas sazonais", disse.
Mais cedo, o IBGE divulgou queda de 8,5% no PIB da agropecuária no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período do ano passado, com a maior contribuição negativa do resultado geral do PIB, na mesma base de comparação. Na margem, o PIB agrícola caiu 7,3% no primeiro trimestre de 2012 ante o quarto trimestre de 2011. Mantega está concedendo entrevista a repórtes do País em São Paulo.
Indústria  
O ministro da Fazenda disse que uma das boas notícias do PIB do primeiro trimestre foi a expansão de 1,7% ante o quarto trimestre de 2011 do setor industrial, que anualizado leva a indústria a um crescimento próximo de 6%. Ainda de acordo com ele, a indústria de transformação foi destaque e a indústria como um todo só não teve desempenho melhor por causa do resultado negativo da indústria extrativa mineral.
Mantega ressaltou que a indústria teve o primeiro resultado positivo do PIB após três meses de queda. E que as medidas adotadas para o setor surtem efeito e que "a indústria deve ter um resultado melhor em 2012 que em 2011".
O ministro disse também que um dos principais problemas que impactaram a indústria extrativista e seguraram a alta do PIB total da indústria no primeiro trimestre deste ano foram as chuvas que atingiram as regiões produtoras de Minas Gerais no começo do ano. 
Serviços
O ministro da Fazenda ressaltou que a alta mais modesta, de 0,6% no PIB de Serviços no primeiro trimestre deste ano ante o quarto trimestre de 2011 ocorreu por problemas de intermediações financeiras, mas que o setor já está "dando os primeiros passados" após as medidas do governo para ampliar o crédito. "Os serviços continuam indo bem e esse é um indicador excelente que o Brasil tem", avaliou.
O ministro, porém, comemorou os crescimentos de 1,0% e de 1,5% no consumo das famílias e do governo, no trimestre passado em relação ao período imediatamente anterior. "A família e a administração pública estimulam a economia", disse.
Mantega considerou, no entanto, como um ponto negativo para o desempenho do PIB a formação bruta de capital fixo (FBCF), cuja quedas de 1,8% ante o quarto trimestre de 2011 e de 2,1% em relação ao primeiro trimestre do ano passado foram influenciadas, principalmente, pelo economia internacional. Houve também um reflexo da redução nas vendas de caminhões e ônibus. "Mas isso vai mudar porque demos estímulos para a compra de caminhões", afirmou.

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